À procura

Por entre as ervas e à procura de petisco, bicando aqui e acolá, cirandava pelo campo esta cegonha. Ela e mais uma companheira. Apesar da grande proximidade, deixaram-se estar, perceberam que não lhes queria mal. O pitéu que andavam a colher certamente valeria bem a pena o risco. Achei piada, pois estamos mais habituados a vê-las empoleiradas em algum suporte alto e não a alimentar-se. Fez-me lembrar os tempos de pequena, em que observava as vacas malhadas (pretas e brancas) a deleitarem-se nos campos, com a erva verdinha e fresca. As cegonhas não são vacas e não comem erva, mas também elas, com o seu preto e branco, descobriram muitos prazeres, aqui no Norte; ao ponto de se começarem a fixar por estas terras, quando antigamente nem sequer era normal vê-las na época de migração, a não ser no centro e sul do país. Sinais de mudança dos tempos…Photo at sector 412224-16-9.assred

 

 

Contradição: o Tudo e o Nada

A verdade existe na contradição: Tantas cabeças cheias de Nadas e tantas cabeças vazias de Tudos.

Na era da informação, informação, informação, informação, informação,…, “vira o disco e toca o mesmo”, temos a cabeça tão cheia de tanta coisa, nem sempre tão indispensável, que o cheio vira Nada e nos falta espaço para o Tudo, aquele Tudo essencial. Vivemos à beira do abismo, com cabeças cheias , que já nem sabem distinguir o importante e necessário, do acessório ou menos prioritário, eliminando-o ou estabelecendo prioridades.

A informação a mais, acaba por ser mais prejudicial que útil, transformando-se em desperdício, pois não é aproveitada. Não é assimilada e processada, promovendo o desenvolvimento de conexões e do pensamento. Pior, esgota o cérebro, interferindo com o seu equilíbrio,  a tranquilidade, a produtividade e a criatividade.

Imaginem como se o nosso cérebro fosse um saco de aspirador que está quase no seu limite e  por isso o aspirador não consegue aspirar como deve ser e sobreaquece; ou imaginem um carro,  sempre em andamento.

Este é o cérebro de cada vez mais adultos e, pior ainda, de um número cada vez mais crescente de crianças.  Um número vertiginoso, um panorama preocupante…

E enquanto as ditas cabeças deambulam cheias de vazio, pelo passar frenético dos dias , a vida passa, vazia de tudo.

Eros Porto 2018

Eros Porto 2018: Ver com outros olhos, outros lados da vida, que não são mais ou menos importantes do que  a nossa, nem mais ou menos válidos; são apenas diferentes perspetivas ou vidas. Cada um tem a sua, como cada uma das pessoas que visitou o evento; cada um segue o seu caminho. É assim que é suposto ser, num mundo abrangente: cada um poder ser aquilo que quer , sem questionamentos, sem preconceitos e com lugar para todos.

 

Luís Valadares: fotografar com alma!

Há pessoas que nasceram com um dom…

Uns nasceram com o dom da extraordinária habilidade física, outros com surpreendentes capacidades musicais, literárias ou mentais, outros com admiráveis capacidades humanas e sociais e, outros, com a não menos importante habilidade da sensibilidade, de ver com outros olhos aquilo que ninguém viu e ajudar a colorir o nosso Mundo, tantas vezes cinzento e cruel, com a sua arte.

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Deixo aqui uma foto do autor, uma das minhas preferidas.

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