Restauro: Take four – Pincel a todo o vapor!

Meteram-se a meio do caminho desta aventura do restauro, algumas prioridades, ultrapassando o diário das etapas deste processo, que ficou a modos de banho-maria, no computador.

Consegue ser mais rápida a recuperação do bengaleiro, que já terminou há séculos, do que propriamente a postagem de todos os procedimentos.

Assim sendo, finalizada a etapa número três, seguiu-se o quarto dia dedicado às manualidades.

1º Passo – Depois do móvel desinfectado, impermeabilizado e seco, chega a hora de mais uma aventura: um novo transporte do móvel, da garagem para casa.

2º Passo – Já instalado em casa, para não haver risco de riscos e poder controlar-se a pintura, o bengaleiro foi colocado num canto da sala. Seguiu-se a pintura com velatura, cor nogueira.

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3º Passo – Deixar secar.

4º Passo – Retocar com velatura, partes mal pintadas ou esquecidas.

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5º passo – Pintar uns elementos decorativos em  madeira (silvas), para adicionar ao móvel, com tinta dourado velho, para conferir algo de diferente e novo e no sentido de compor o conjunto decorativo.IMG_20180602_130029ass

6º Passo – Como o móvel não tinha gaveta, mandou-se fazer uma gaveta à medida.

Lição do dia: Passar o móvel com velatura exige paciência e pincéis bons. Pelos soltos no meio da tinta, não funciona!

Restauro: Take three – Em andamento…

Depois do móvel limpo e desinfetado,  há que começar a dar um banho de tratamento, preparando-o para a pintura final.

1º Passo – Preencher as falhas  e partes desfeitas da madeira com pasta de madeira.

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2º Passo – Lixar as plataformas de zinco latonado, de recolha de água dos guarda-chuvas, com escova de aço e limpar com diluente. Deixar secar.

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3º passo – Enquanto as peças de metal secam, passar goma lama em todo o móvel, para impermeabilizar e também ajudar na conservação da madeira.

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4º Passo – À medida que o móvel  vai secando, pintar os reservatórios de metal com a tinta da cor desejada, neste caso, ouro velho “Corrostop”.

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5º Passo – Limpar e proteger o espelho, forrando-o com papel de veludo autocolante. Compor pequenas partes  em falta, algum do revestimento em folha que saiu e que permite o reflexo e a opacidade do espelho, por trás. Há falta de melhor, com este imprevisto, nada que um pouco de papel de alumínio de cozinha não resolva, colocado entre o espelho e o veludo.

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Lições do dia:

  • A pressa de querer ver o resultado final, faz perder a paciência. Há que fazer com calma, pois saltar uma etapa pode dificultar a obtenção do efeito desejado.
  • Descobri que a goma laca se faz a partir da resina produzida pelo inseto Kerria lacca.

 

 

Restauro: Take two – No aquecimento…

Após o primeiro dia de trabalho, começa a segunda temporada.

Mr. Zequinhas, na euforia do primeiro dia ter corrido tão bem, arranca da grelha de partida sem esperar por mim.

Quando chego, já estava concluído o primeiro passo e iniciado o segundo.

– Não !!! (Pensei!)  

– Não pode ser! Não posso perder pitada!

Recapitulando:

1º Passo – Fazer uma esquadria nos pés do móvel e tirar uns centímetros, para eliminar a parte desfeita pelo bicho da madeira.

2º Passo – Preparar a mente, para lixar os pulsos, a lixar. Meter mãos à obra!

3º Passo – Fico a observar tanta vontade, com a mão na lixa, em cada recanto. Fico na dúvida e deixo estar um bocado sem apresentar o plano B (afinal até arrancaram sem mim) e …, eis que saco da lixadeira automática, como um coelho que se tira da cartola! Maldade! Ih ih ih!

4º Passo – Mr. Zecas apodera-se da lixadeira e , ao volante da mesma, circula pelo móvel, como um carro numa pista de corridas. Num instante tudo fica polido. Quase nem lhe toquei, pois, ao ver o Fittipaldi com um brilhozinho nos olhos, não tive coragem de lhe tirar o brinquedo.  Mas não faz mal! Contentei-me com os recantos, também eu ao volante de um topo de gama de estimação, o meu berbequim de precisão e dos seus mil e um apetrechos: escovas, escovinhas, lixas, esmeris,….

5º Passo – Limpar o pó gerado pelo polimento com uma trincha e pano.

6º Passo – Pulverizar o móvel com desinfetante, isto é, mata bicho, para madeiras.

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7º Passo – Arranjar uma tábua para o fundo do espelho, de substituição. A outra estava podre.

Lições do dia:

  • Quanto mais depressa começares, mais depressa acabas. Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.
  • Para a próxima, tens que ser a primeira  a pegar na lixadeira, ou ficas a chuchar no dedo.

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Restauro:Take one! – A aventura vai começar!

Apresentando: o mono!

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(Antes de ir à esteticista! 🙂 )

A aventura vai começar! Partida!

1º Passo – Medir o móvel e limpar o lixo e o pó velho (atchim, atchim, atchim,….snif, snif,… atchim!).

2º Passo – Muitos atchins e comichões depois, transportar o móvel.

Transportar um móvel deve ser a parte mais caricata e divertida do início de um processo de restauro. Encaixar a peça pretendida no espaço disponível, que não é o ideal, pode ser um ato verdadeiramente desesperante e mirabolante. A vantagem? Desenvolve- se a criatividade. Nada que um cordão e uns farrapos transformados em atilhos não consigam resolver. Chegar a casa sem o móvel ter saltado pela mala do carro, ou se ter desconchavado todo, é um feito por si só impressionante.

 

3º Passo – Desmontar o espelho e despir o móvel de lixos.

Uma parte chata, mas necessária: tirar o espelho, sem o partir, e avaliar o que está podre e é necessário tirar (frisos de madeira podres e bichosos; pregos velhos, enferrujados e sem cabeça, em risco de tatuar o corpo; peças metálicas partidas e oxidadas).

4º Passo -Dar uma banhoca ao móvel. Nada como um bom banho de água e sabão. “Mister Zequinhas”, meu fiel cavaleiro andante ajudante, divertiu-se com a mangueira, açambarcando-a. Eu bem quis um bocado, mas nem vê-la, limitando-me às funções de esfregadora, varredora de água para o esgoto e fotógrafa barata ( sem máquina, de telemóvel). Muito estimulante!

5º Passo – Suspirar de alívio. O móvel da avó, da tetaravó, ou seja lá de quem for, ainda está de pé!

Lições do dia:

  • A criatividade, na resolução de problemas, dá muito jeito.
  • Andava a dizer a palavra desconchavado, desconchavadamente mal, por lhe tirar o “d”.